Encontro com Elas recebe Raquel Pérez-Maluf

A professora anuncia Simpósio de Meliponicultura e Festival Gastronômico sobre abelhas sem ferrão em Vitória da Conquista

No quadro Encontro com Elas da última quarta-feira (25), transmitido diretamente do Petit Bistrô, as apresentadoras Dóris Andrade e Maria Gomar entrevistaram a professora e bióloga Raquel Pérez-Maluf. Durante a entrevista, ela anunciou a realização do Simpósio de Meliponicultura e do Festival Gastronômico Meliponário da Bahia, previstos para setembro.

Raquel explicou que a meliponicultura é a criação de abelhas sem ferrão, espécies nativas do Brasil que exercem um papel fundamental na polinização e manutenção dos ecossistemas. Segundo a professora, cerca de 80% das abelhas são solitárias e não vivem em colmeias nem produzem mel em grande quantidade, mas são essenciais para o equilíbrio ambiental. Ela destacou que os chamados “serviços ecossistêmicos”, como a polinização feita pelas abelhas, são fundamentais para a sobrevivência humana, embora ainda não sejam reconhecidos economicamente.

Durante a entrevista, Raquel compartilhou sua trajetória. Mineira, passou a infância na Espanha e voltou ao Brasil aos sete anos. A escolha pela biologia aconteceu durante a graduação na Universidade Federal de Viçosa. Seu interesse por abelhas surgiu de forma inesperada, ao ser convidada por um professor para participar de um projeto de pesquisa. Desde então, dedica-se ao estudo desses insetos, com mestrado no Brasil e doutorado na França, onde também nasceu sua primeira filha.

Radicada em Vitória da Conquista desde 2000, Raquel leciona disciplinas de zoologia e entomologia na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), com foco em insetos, especialmente abelhas. No bate-papo, ela explicou a diferença entre abelhas sociais e solitárias, destacou a diversidade de espécies e desmistificou conceitos comuns, como a ideia de que toda abelha tem ferrão ou que todas produzem mel. Abordou também curiosidades sobre espécies nativas como jataí, mandaçaia, uruçu e arapuá, além da importância ecológica e econômica desses insetos.

A novidade anunciada foi a realização do 1º Simpósio de Meliponicultura, promovido pela UESB e por produtores da região, que acontecerá nos dias 11, 12 e 13 de setembro, na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), e trará como tema os biomas Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. O objetivo é divulgar práticas relacionadas à criação de abelhas sem ferrão, os produtos derivados e o papel desses insetos na biodiversidade e na economia. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas pelo site: https://www.even3.com.br/simposio-de-meliponicultura-dos-biomas-caatinga-cerrado-e-mata-conhecer-para-preservar-e-produzir-481801

“Pouca gente conhece o mel de abelhas sem ferrão. Ele tem sabores únicos, notas diferentes e um potencial enorme na culinária e no mercado”, destacou Raquel.

Paralelamente ao simpósio, acontece o 1º Festival Gastronômico Meliponário da Bahia. O objetivo da ação é divulgar o potencial gastronômico dos produtos das abelhas sem ferrão exaltando a cultura local e incentivando o desenvolvimento econômico e turístico de Vitória da Conquista e micorregião. As inscrições devem ser realizadas no site do evento.

Além disso, os participantes interessados em divulgar seus produtos terão a oportunidade de competir em concursos promovidos durante o Simpósio. Entre as modalidades, estão: o 1º Concurso de Meles de Abelhas Nativas dos Biomas Caatinga, Cerrado e Mata, que busca dar visibilidade aos diferentes tipos de mel produzidos nessas regiões; o 1º Concurso de Fotografias sobre Abelhas, voltado à valorização da diversidade dessas espécies; e o Festival de Vídeos sobre Abelhas Sem Ferrão, que busca incentivar a produção audiovisual sobre as abelhas nativas da região Neotropical.

Para mais informações acesse o perfil do evento no Instagram: @simposio_meliponicultura. O circuito gastronômico será identificado por adesivos nos estabelecimentos participantes.

A professora defendeu que o festival seja incluído no calendário oficial do município como forma de valorização da meliponicultura e do uso de ingredientes da biodiversidade regional.

Confira a entrevista na íntegra

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