Encontro com Elas recebe Gabriela Garrido

A delegada discutiu sobre violência contra a mulher e assédio no trabalho

Foto: Rádio UP 100.1 FM

O quadro “Encontro com Elas”, exibido nesta quarta-feira (29/01), diretamente do Pêtit Bistrô, contou com a participação da delegada Gabriela Garrido, uma grande defensora dos direitos das mulheres em Vitória da Conquista e região.

Durante a entrevista, Gabriela destacou o papel da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) de Vitória da Conquista, que agora também atende casos de feminicídio, funcionando em regime de plantão. Ela explicou que, antes da promulgação de uma lei em 2024, a DEAM não possuía esse serviço. Hoje, a DEAM continua a combater a violência doméstica e sexual, com um enfoque especial para casos que envolvem mulheres vítimas de violência de gênero.

Gabriela também abordou a atuação do Centro de Escuta Protegida, que atende crianças e adolescentes vítimas de violência, destacando a importância do protocolo diferenciado que protege a vítima da revitimização. Ela fez questão de salientar a importância de se compreender o papel da mulher na sociedade, com seu constante processo de evolução e o enfrentamento de barreiras que historicamente a colocaram em posições de subordinação. Ela enfatizou que, embora haja avanços, muitas mulheres ainda enfrentam dificuldades para se posicionar em diversas situações de abuso.

O assunto da violência no ambiente de trabalho, principalmente o assédio sexual e moral, também foi discutido. A delegada explicou a diferença entre assédio e importunação sexual, um crime de natureza diferente, que pode acontecer sem vínculo direto entre agressor e vítima. No entanto, o assédio, em suas diversas formas, acontece geralmente em ambientes com uma relação hierárquica entre as partes envolvidas, como chefes e subordinadas. Gabriela sublinhou que o assédio é muitas vezes invisibilizado pela sociedade, sendo considerado "mimimi" ou algo banal, o que agrava ainda mais a situação da vítima.

No debate sobre como identificar um relacionamento abusivo, a delegada alertou para sinais iniciais sutis, como tentativas de controle por parte do agressor, que inicialmente se disfarçam como "cuidado" ou "proteção". Ela destacou que o abuso em relacionamentos começa de forma gradual e muitas vezes é confundido com carinho, até que se intensifica, com o agressor afastando a vítima de amigos e familiares.

A conversa também trouxe à tona a questão da violência doméstica, e como as mulheres estão começando a se encorajar a denunciar. A delegada comentou que a luta contra o assédio e a violência doméstica precisa ser constante, e que as empresas e instituições precisam criar ambientes mais seguros para todos os seus funcionários, combatendo a cultura de conivência com esses abusos.

O programa foi uma verdadeira aula sobre a realidade das mulheres que enfrentam esses desafios e as formas de proteger os direitos das vítimas, enfatizando a importância da educação e da conscientização para mudar essa realidade.

Confira a entrevista completa na íntegra:

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