Preconceito e ignorância: Anitta escreve artigo defendendo o Funk

Se na favela tem arma, crime, se falta um português correto, o que esperar de uma música que nasce lá?, reflete a cantora

Foto: Marta Ayora/TMDQA!


Nos últimos dias, Anitta esteve diretamente envolvida em uma polêmica envolvendo o Funk carioca.

A cantora foi uma das que defendeu o gênero depois que o produtor Rick Bonadio (que ganhou fama com os Mamonas Assassinas) fez críticas à “empolgação” dos brasileiros com a performance de Cardi B no Grammy 2021. Por lá, a cantora dos EUA usou um trecho de um remix Funk de “WAP” e inclusive creditou a brasileira por ter lhe apresentado o gênero.

Ele disse ter sentido “vergonha” pelo orgulho dessas pessoas com a exportação brasileira, e Anitta logo se pronunciou dizendo a ele que deveria “escolher um ritmo” para exportar. Agora, ela elaborou mais seus comentários em um artigo escrito para a Época, dizendo que existe “uma mistura de preconceito com ignorância sobre o assunto”.

Anitta defende o Funk em artigo

Um dos principais argumentos usados pela cantora é o de que o Funk tem um valor “muito alto”, ao contrário do que pensam alguns dos “pseudoentendedores”, como ela descreve. Ela explica:

"O valor é muito alto. Não só como entretenimento, mas também econômico. Os ‘batidões’ movimentam a carreira de muitos cantores, compositores, produtores, músicos, escritórios, staff, agências, publicidade e, claro, o mercado fonográfico".

Outro ponto levantado por ela, ecoando o sentimento de diversos representantes do gênero, é o de que as tão criticadas letras do Funk são apenas reflexo de um descaso com as favelas, justamente onde surgem boa parte das canções:

Os críticos se apoiam, em sua maioria, no que eles chamam de “falta de profundidade” das letras, desmerecendo o trabalho de quem as compõe e também todo um movimento cultural que gira em torno do Funk.

Fala-se tanto de valorização da cultura no Brasil, mas o Funk ainda precisa enfrentar esse tipo de barreira com base em quê? No preconceito? Por quê? Talvez por sermos preconceituosos, racistas, elitistas?

Vale a reflexão sobre o tema. Somos frutos do nosso meio. Se na favela tem arma, crime, se falta um português correto ou versos poéticos, o que esperar de uma música que nasce lá?

Se para o funkeiro a diversão é rebolar, se é pelo prazer da conquista entre duas pessoas, se o sexo não é um tabu e é visto como algo natural e prazeroso, qual o problema? Nenhum.

Você pode ler o texto completo de Anitta por aqui.

TMDQA

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