Especialistas destacam importância do ultrassom morfológico e prevenção da pré-eclâmpsia em curso na Clínica Sonnar
O curso tem início hoje e segue até o dia 24 de maio, reunindo médicos de diferentes regiões para atualização em exames que identificam precocemente complicações na gestação
Foto: Cícero
Em entrevista ao UP Notícias nesta quinta-feira (22), o médico ginecologista, obstetra e professor do curso de Medicina da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Dr. Clodoaldo Cadete Fernandes Costa, falou sobre o curso teórico-prático de ultrassom morfológico dos 1º, 2º e 3º trimestres, incluindo rastreio de cardiopatia congênita. O evento acontece de hoje (22) até o dia 24 de maio, na Clínica Sonnar, e reúne médicos de diferentes regiões e promovendo um intercâmbio de conhecimentos sobre saúde materno-fetal.
O médico e professor Dr. Pedro Pires também esteve presente no estúdio da rádio UP. Dr. Pedro é um dos destaques do evento.
Durante a conversa, Dr. Pedro Pires destacou a importância dos exames morfológicos: “São momentos cruciais para avaliarmos a formação do bebê. O ideal é realizar exames no terceiro e quinto mês da gestação, com uma terceira avaliação no sétimo mês. Eles são complementares e ajudam no diagnóstico precoce de alterações.”
O médico lembrou ainda que, ao contrário do que muitas gestantes temem, os exames morfológicos servem, em sua maioria, para tranquilizá-las: “A natureza é perfeita. Na maioria das vezes, está tudo bem com o bebê. E quando há alguma alteração, o diagnóstico precoce permite um preparo mais adequado para o nascimento.”
Outro ponto de destaque foi o alerta sobre a pré-eclâmpsia, doença grave que acomete gestantes, principalmente após a 20ª semana de gestação. O médico trouxe dados alarmantes: mais de 70 mil mulheres morrem por ano no mundo devido à pré-eclâmpsia, além de mais de 500 mil bebês. “É uma doença de alto custo emocional e financeiro. No Brasil, ainda temos mais de 100 mortes maternas por 100 mil nascimentos vivos, quando o ideal seria no máximo 30.”
O especialista ressaltou que há formas de prevenção acessíveis e eficazes. “Realizar o pré-natal corretamente, com pelo menos sete consultas, é fundamental. Assim como manter uma boa alimentação, praticar exercícios físicos e tratar doenças associadas, como hipertensão e diabetes.”
Dr. Pires também chamou atenção para o exame morfológico do primeiro trimestre que, aliado ao estudo das artérias uterinas, ajuda a identificar gestantes com maior risco de desenvolver pré-eclâmpsia. “Com isso, é possível iniciar a prevenção com aspirina em baixa dose e cálcio, medicamentos simples que reduzem em até 80% o risco da doença.”
O curso tem participação restrita a médicos, justamente por se tratar de uma capacitação com temas técnicos e linguagem especializada. Segundo Dr. Cadete, o objetivo é proporcionar uma atualização científica de alto nível aos profissionais da área.
Confira a entrevista na íntegra: