Foto: Rádio UP 100.1 FM

Em entrevista exclusiva ao UP Notícias nesta terça-feira (22), o arcebispo da Arquidiocese de Vitória da Conquista, Dom Vitor Agnaldo Menezes, falou sobre o legado deixado pelo Papa Francisco, falecido na última segunda-feira (21), aos 88 anos, em decorrência de um acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência cardíaca. Com palavras de carinho, simplicidade e emoção, o arcebispo relembrou momentos marcantes do pontificado e comentou os desafios da Igreja na atualidade.

Para Dom Vitor, a principal marca do Papa Francisco foi o amor. “Ele atingiu tantas pessoas, não só na dimensão religiosa. Foi alguém que tocou o mundo inteiro com sua simplicidade e humanidade. Até quem não era religioso chorou sua partida”, afirmou.

Durante a entrevista, o arcebispo destacou o compromisso do Papa em aproximar a Igreja das pessoas. “Francisco cobrava que os padres e bispos tivessem o ‘cheiro das ovelhas’, que estivessem no meio do povo. E ele fazia isso com leveza, com muito bom humor”, disse.

Durante o programa, também foi comentado o impacto da escolha do nome Francisco. “Ele foi o primeiro a adotar esse nome, inspirado em São Francisco de Assis, e isso já indicava o caminho que seguiria: pobreza, humildade e proximidade com os pobres”, disse.

Dom Vitor falou ainda sobre os últimos desejos do Papa Francisco, que pediu um funeral simples e que fosse enterrado como um cristão comum. “Ele não queria honrarias de chefe de Estado, queria ser lembrado como um servidor de Jesus”, destacou.

A entrevista também abordou o futuro da Igreja e o processo de escolha do novo Papa. Dom Vitor revelou que participou de uma reunião com o Papa em Roma e que muitos cardeais nomeados por Francisco devem influenciar na escolha do novo pontífice. “Ele nomeava não por fama, mas por carisma. É o Espírito Santo quem escolhe”, afirmou.

Ao falar sobre sua chegada recente à Arquidiocese de Vitória da Conquista, Dom Vitor se mostrou emocionado com a acolhida calorosa da comunidade conquistense. “O povo tem um coração grande e acolhedor. Estou muito feliz de estar aqui. Vim do calor de Jequié e estou gostando até do friozinho da Conquista”, brincou.

O arcebispo também ressaltou a necessidade de espaços maiores para a realização de eventos religiosos na cidade. “Conquista merece um local amplo, como uma concha acústica ou centro de convenções. A cidade cresceu e precisa de infraestrutura à altura”, pontuou.

Por fim, Dom Vitor deixou a bênção para os mais de 101 municípios que acompanham a Rádio UP. “Espero visitar cada canto dessa região. Se Deus me der vida e saúde, quero estar com vocês pelos próximos 19 anos”, disse.

O arcebispo, natural de Curaçá (BA), também compartilhou parte de sua história de vida e vocação. “Fui chamado ainda criança. Ser padre não é uma profissão, é vocação. E faria tudo de novo”, concluiu.

Confira a entrevista na íntegra: