Páginas Essenciais com Ariele Chagas convida Dr. André Sampaio Viana
Em homenagem ao mês dos povos indígenas, a edição desta quinta-feira (17/04) propõe um olhar descolonizado sobre o amor e os afetos através da literatura de Geni Núñez
No quadro "Páginas Essenciais", do programa UP Notícias, que acontece todas as quintas-feiras, a Profª Drª e escritora Ariele Chagas convidou o procurador da Procuradoria da República, Dr. André Sampaio Vianna, para uma conversa sobre afetos, descolonização e a valorização das vozes indígenas, em alusão ao mês de celebração dos povos originários.
Durante o bate-papo, Dr. André indicou o livro Descolonizando afetos: Experimentações sobre outras formas de amar, da escritora, psicóloga e ativista indígena Geni Núñez. A obra propõe uma reflexão sobre o amor para além dos padrões ocidentais, abordando temas como interdependência, pluralidade afetiva e a importância do autoamor. Segundo Dr. André, a autora traz em sua escrita poética e crítica uma perspectiva indígena potente, ainda pouco explorada na literatura tradicional.
“Quando foi que nos ensinaram que quem é forte não precisa de ajuda?”, leu o procurador, citando um dos trechos do livro. “Nossa força está na nossa interdependência.”
Ele continuou a leitura com um trecho que compara a força de uma árvore à sua dependência da água e do sol.
Ariele ressaltou a relevância de trazer à tona discussões sobre os afetos sob a perspectiva indígena, especialmente em um período dedicado à valorização das culturas originárias. Ela também mencionou a mudança na nomenclatura da data comemorativa, que passou de "Dia do Índio" para "Dia dos Povos Indígenas", reconhecendo a diversidade e a riqueza cultural desses povos.
Dr. André também compartilhou experiências pessoais com comunidades indígenas durante sua atuação profissional, principalmente no Amapá. Ele destacou a diversidade cultural dentro do próprio povo Guarani e a necessidade de valorizar essas especificidades, em vez de manter uma imagem homogênea do que é ser indígena.
“É conviver com a pluralidade. E não podemos fechar os olhos para essa riqueza”, afirmou.
O programa contou ainda com a participação dos ouvintes, que elogiaram a iniciativa de indicar obras literárias na rádio, destacando a importância de ampliar o acesso à literatura e às reflexões que ela proporciona.
Confira a entrevista na íntegra: