Apesar de susto com a pandemia, Indústria Mundial da Música Gravada divulga balanço com alta de 8 bilhões

Pandemia impediu a realização de eventos presenciais e grandes festivais tiveram que ser cancelados

Foto: Tom Gordon/Pixabay


As notícias que circularam no primeiro semestre de 2020 sobre a indústria mundial da música foram assustadoras por causa da pandemia ocasionada pelo coronavírus, que impediu a realização de eventos presenciais e grandes festivais tiveram que ser cancelados.

Com o fechamento de lojas de varejo e a receita de direitos autorais sendo atingida pelo fechamento de bares e restaurantes, começaram a surgir relatórios sugerindo que as gravadoras deveriam se preparar para um “mini-crash”.

Esses temores pioraram no segundo trimestre, quando o cronograma de lançamentos dos principais grupos musicais ficou visivelmente limitado. Como, por exemplo, o caso da divisão de música gravada da Universal Music Group que viu sua receita trimestral cair 4,5% no segundo trimestre em uma base orgânica.

Notícias melhores, no entanto, estavam ao virar da esquina. De acordo com o Music Business Worldwide (MBW), a Midia Research publicou um relatório que traz uma estimativa do que a indústria global de música gravada – incluindo majors, indies e artistas DIY – gerou ao longo de 2020 em receitas de atacado/comércio.

Os números da Midia sugerem que o negócio da música gravada teve receitas de US$ 23,1 bilhões (cerca de R$ 128 bilhões) no ano. Isso foi um aumento de 7% em relação a 2019 e representou um aumento monetário de US$ 1,5 bilhão (mais de R$ 8,3 bilhões) ano a ano. Porém, o relatório revela que tal dado foi menor do que o crescimento de US $ 2,1 bilhões visto em 2019 (+ 11% em comparação a 2018).

“Embora o negócio da música gravada tenha experimentado uma queda nos primeiros meses da pandemia, o restante do ano viu a receita da indústria se recuperar”, observa a empresa de pesquisa.

Essa recuperação, segundo a Midia, viu as receitas trimestrais do negócio global de música gravada subir 15% A/A no quarto trimestre de 2020, “sugerindo que um forte 2021 pode estar à frente se esse impulso continuar”.

Ainda segundo a publicação do MBW, curiosamente, as receitas globais anuais de streaming de música gravada cresceram mais rápido em uma base monetária em 2020 do que em 2019. Os números sugerem que a receita total de streaming cresceu US$ 2,3 bilhões (+ 19,6%), registrando US$ 14,2 bilhões em 2020. No ano anterior, observa a empresa de pesquisa, o crescimento anual do streaming foi ligeiramente inferior de US $ 2,2 bilhões.

“O negócio de gravações conseguiu entregar um forte desempenho devido exclusivamente ao crescimento do streaming. O streaming tem sido o motor desde que o negócio da música gravada voltou a crescer, mas a queda nas receitas de desempenho e sincronização devido à pandemia destacou o quão excessivamente dependente o negócio da música global se tornou do streaming”, revela Mark Mulligan, MD da Midia.

 

Major x DIY

As operações de música gravada da Universal e da Sony tiveram crescimento anual em 2020, com o número equivalente da Warner permanecendo estável em 2019. Os números da Midia sugerem que, combinadas, as três maiores gravadoras perderam um pouco de participação no mercado global em 12 meses, caindo de 66,5% em 2019 para 65,5% em 2020.

“Embora essa mudança seja parte de uma dinâmica de mercado de longo prazo, a maior parte da queda foi para o WMG reportar receitas fixas para o ano”, revela a Midia Research.

Outro fator importante a se destacar foi o crescimento contínuo do setor de artistas DIY – um dos maiores na história da indústria. Artistas DIY que enviam suas músicas por meio de programas como TuneCore, DistroKid e SoundCloud geraram US $ 1,2 bilhão globalmente no ano passado.

Esse setor de “artistas diretos” teve um crescimento de 34,1% no faturamento anual em 2020, de acordo com os números da empresa, e quebrou a marca de um bilhão de dólares pela primeira vez.

A participação de artistas DIY aumentou sua participação no mercado coletivo em mais de um ponto, para 5,1%, revela o relatório. “Com muito dinheiro de private equity agora despejando em empresas de ferramentas de criação, espera-se que esse espaço esquente ainda mais em 2021. O negócio da música gravada está mudando, e está mudando rapidamente”, conta Mark.

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